...uma caixinha de vime que guardava segredos de papiro. Suspiro ao lembrar deste velho sonho. Suponho que ainda lá esteja guardado. Amarrado ao coração ainda o trago. Embargo nos pensamentos ao impedirm-me de sonhar. Apesar de pequenina bem sabia o meu desejo. Vejo-o agora longe com este par de olhos que se enchem de emoção. Paixão por esta vida no meu coração de menina. Bailarina numa caixinha de vime.
Ela trazia, no coração, a música. A melodia estava na ponta dos dedos e a dança na ponta dos pés. Bastava dar corda à imaginação. Pintava no céu celeste com pincéis de harmonia. Erguia-se na ponta dos pés como quem canta às estrelas um refrão preso à terra. Assim caminhava na pauta da vida, degrau a degrau as colcheias são aguarelas e a clave de sol a chave de uma felicidade que não tem porta para abrir. E a caixinha de música, que era o coração, ficou fechada para sempre. Agora, resta-lhe dar à corda para que a bailarina continue a dançar.
MariaPapoyla
1 comentário:
Está bonito.
Ainda não me encontreim, mas pronto. Vai lá com o tempo, talvez... Não sei.
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