08 setembro, 2010

Porque brilham...


...as estrelas? - perguntou a boneca.

Anoiteceu. Deambulava pelas ruas, o Mimo, como de cada vez que anoitece. Deambulava ruas a fio, até adormecer num banco de jardim. Nessa noite, quando olhava o céu, ouviu um choro abafado pelas rosas. Ali mesmo, no meio dos espinhos, estava uma boneca, sentada no chão, e chorava. Lamentava a escuridão. Não a da noite. A do amor que deixou de existir. A da solidão. A que não a deixava ver o caminho. O Mimo, tão delicadamente, como se pudesse dizer-lhe as palavras mais bonitas que alguma vez existiram, pegou-a ao colo e abraçou-a. Limpou-lhe as lágrimas e espalhou-as no céu.

MariaPapoyla

01 setembro, 2010

Eu sei o que é...


...o amor. É ter um pedaço de nós que não nos pertence. É descobrir uma parte de nós que não sabíamos existir. É tornar mais perto o que está longe. É transformar um segundo numa eternidade.

MariaPapoyla

15 janeiro, 2010

Havia um jardim...


...de flores amarelas na margem de um rio de águas límpidas. Havia um jardim de lindas flores amarelas que sorriam na margem de um rio de águas límpidas e bamboleantes. E havia um castelo, que tinha uma torre, que tinha uma janela oval, que tinha uma donzela descalça, que tinha um coração sofrido e uma alma ferida. Havia um jardim de flores amarelas na margem de um rio de águas límpidas e uma donzela descalça, um coração sofrido e uma alma ferida.

O vestidinho de rendas roçava-lhe a pele delicada quando o vento entrava pela janela do castelo. O vento também lhe arrepiava a alma, despida, e o coração de mágoas. Os seus lindos caracóis dourados esvoaçavam e, por vezes, escondiam-lhe o sorriso que já não existia e tapavam-lhe o brilho que já não reluzia no seu olhar. Era primavera no jardim de flores amarelas, e inverno no seu pobre coração. Amava-o do alto da torre do seu castelo. Amava-o e gelava o seu coração depois de cada esperança. Depois de cada esperança, gelava o seu coração por não passar apenas disso, de esperanças soltas no tempo e levadas pelo vento. Nos seus olhos, via-se-lhe a alma vazia. No peito, o coração estava gelado. Para onde ia a esperança? Para onde vai a esperança quando perdemos um amor que ainda não encontramos? 

Num dia de primavera no jardim de flores amarelas, mas de inverno no coração da donzela descalça, algo de inesperado aconteceu. Algo inesperado que já havia acontecido muitas outras vezes e que se transformou em esperança e que o vento levou. Mas desta vez, como de todas as outras vezes, a donzela descalça sentia que o vento iria deixar de atormentar o seu pobre coração. Mais uma esperança, mais uma oportunidade para sonhar, talvez para voltar a sorrir! Era o gato das botas que voltava, que lhe alimentava o ego, que a fazia voltar a sonhar e talvez, até, sorrir! A peça que lhe faltava, que lhe vestia a alma de flores, outrora despida. Até quando? Até quando dura o para sempre? Quantas mais esperanças o vento levará? 

MariaPapoyla

09 janeiro, 2010

Não posso, eu sei. Mas não sei viver...


...doutra maneira. Já tentei, mas não encontro sentido. Preciso de ti para acordar, para adormecer, para me sentir viva! Cada dia, suspira o meu coração: para sempre teu, para sempre meu, para sempre nosso!

MariaPapoyla 

Mão...


...na mão, percorremos o caminho. 
Uma longa distância pela frente, 
Uma pequena distância entre nós. 
Passo a passo, sentimos o carinho. 
Palavras doces pairam na minha mente... 
Juntos percorremos, nunca estamos sós. 

Lado a lado, pela estrada fora, 
Não há cansaço que vença o amor, 
Nem há obstáculo que nos faça parar. 
Sem ti não me vou embora. 
Vamos juntos, na alegria e na dor. 
Mão na mão, para nunca mais largar! 

MariaPapoyla