28 abril, 2013

Levas-me a viver...


...o momento da história que não acontece.
Pões a culpa no motivo que a razão desconhece.
Paras a meio o filme que ainda nem começou.
Fazes de mim a amante que o teu coração nunca amou.

E ainda assim procuro na alma vazia,
Cheia de uma noite que não deixa nascer o dia,
O princípio da história em que não entraste.
E onde sem nunca teres estado, lá ficaste.

MariaPapoyla

Aguarelas...



...são água em cor
Que rega o jardim com primor
Que tinge de branco a tela vazia
Que pinta de cor a fantasia

E assim deixo a timidez
Escarlate na pálida tez
Todo desengraçado tem seu encanto
Todo cético tem seu espanto

E se nego a mim própria o meu saber
Se o escondo para não o ver
Porventura aprisiono a beleza 
Que não faz de mim princesa.

MariaPapoyla

Desculpa...


...se não te ajudei
Quando precisaste.
Desculpa se não te animei
Quando choraste.
Desculpa se te ignorei
Sem querer.
Desculpa se te magoei
Sem me dar conta.
Desculpa se às vezes faço de conta
Que não percebi que te magoei
Sem querer.
Desculpa se não te ouvi 
Quando falaste.
Desculpa se me esqueci
Do que me contaste.
Desculpa se não te pedi desculpa,
Não foi porque me esqueci,
Foi porque não me apercebi,
Desculpa.

MariaPapoyla

Soltas as amarras...


...e vais por verdejantes campos. Frio. Atravessas a seara sob o sol desta tarde primaveril. Frio. Chegas perto da cascata, ouves com atenção os cantares dos grilos… e que bela sinfonia para os teus ouvidos! Frio. Desces pelas rochas, cauteloso. Frio. Encontras um abrigo e descansas um pouco. Frio. Segues o caminho que te leva pelo bosque. Frio. Colhes um fruto de uma árvore selvagem e desfrutas o seu sabor. Frio. Sobes à montanha e sentes o vento na cara. Morno. Percorres o jardim floral até ao cume e sentaste. Morno. Ouves, no silêncio, as batidas do teu coração. Quente. Percorreste um longo caminho e encontraste-me sem precisar de olhar em teu redor.

MariaPapoyla