...como se pesasse o peso de uma pena, como se o peso do mundo aos ombros deixasse de existir, como se o horizonte fosse o destino de uma viagem que não acaba e não houvesse onde nem pressa de chegar. Apenas aquele momento, suspenso, cheio de serenidade e de paz interior que é não sentir nada para além de uma felicidade tão grande que enche todo o coração, que não se expressa em palavras, que apenas se sente e se guarda o tempo que aquele momento suspenso permitir. E quantas vezes este sonhar acordado alivia a dor do sonho que ficou adiado... Sonhar não ocupa lugar, não paga imposto, e guia-nos pelo caminho que devemos seguir até ao horizonte. A felicidade é esse caminho, que não tem ponto de chegada. É o momento em que suspendemos a respiração e vivemos intensamente. Não tem ponto de chegada. Tem ponto de partida e começa quando acreditamos que os nossos sonhos nos vão levar ao lugar onde devemos estar.
...aquilo que damos são sementes que deixamos em solo mais ou menos fértil. Essas sementes vão crescer, regadas pelo suor e por lágrimas e ao som de gargalhadas até que, um dia, vêem brilhar o sol. E mesmo depois de brilhar o sol continuam a crescer regadas pelo suor e por lágrimas e ao som de gargalhadas até o sol brilhar de novo.
Com o passar do tempo, vamos percebendo que umas se escondem por mais tempo do que outras. Embora cresçam juntas, cada uma tem o seu próprio ritmo. Isto torna cada uma delas especial! Especial por ser mais forte e sobressair perante as demais, especial por corresponder exatamente às nossas expectativas, especial porque mais devagar acabam por nos surpreender com a beleza em toda a fragilidade. Cabe-nos a nós dar-lhes em tempo certo, a cada uma delas, aquilo de que precisam e deixá-las florescer, cada uma com o seu encanto, cada uma com aquilo que tem também para dar...
A flor dará lugar ao fruto e do fruto vêm as sementes que serão semeadas em novos lugares. Cada uma de nós é responsável pelas sementes do fruto que um dia semeou.
...existe dentro do tempo que nos amamos? Quanto tempo? Quantos sentimentos cabem num abraço? A que velocidade gira o mundo quando nos sentimos? Quantas palavras preenchem um silêncio? De que tamanho é a distância quando não nos vemos? De que cor é o vento quando nos despedimos? Quanta força esmaga o coração quando nos deixamos? Quanto tempo existe dentro do tempo em que dura a dor?
...que nos enchem o coração ao passarem por nós. Enchem-nos o coração de coragem para nos levantarmos quando todo o peso do mundo nos cai em cima. Enchem-nos o coração de alegria apenas com um sorriso, um gesto de carinho ou uma palavra amiga. Enchem-nos o coração de conforto quando a vida nos amargura o caminho. Enchem-nos o coração de felicidade quando partilham connosco os momentos de vitória. Enchem-nos o coração de saudade quando se ausentam por muito ou pouco tempo.
O coração está sempre cheio por sabermos que essas pessoas estão sempre lá e cá. E, quando temos o coração cheio, nunca estamos sós!
...da caminhada deve ser saboreado como único. Qualquer que seja o destino, o caminho da partida é também o caminho de volta. Quando vais, levas um pouco dos que ficam. Quando voltas, enches os corações dos que te recebem.
...o nosso caminho. Há pessoas de quem nunca esquecemos o sorriso. Há pessoas de quem recebemos mais do que aquilo que temos para dar. Entram na nossa vida sem as escolhermos. E vão ficando. Cada dia um pouquinho mais. E por muito que os anos passem e os nossos caminhos acabem por descruzar-se, há marcas que o tempo nunca apaga. São marcas de passos dados lado a lado, de momentos de felicidade partilhados, de um ombro que nos ampara nos dias difíceis, de uma mão que nos ajuda a levantar... Mas sobretudo, de um sentimento genuíno e que nos amarra para toda a vida! Porque, afinal, aquilo que é bom dura para sempre...
...em pedaços de saudade. Fiz da saudade o hábito de esperar. E esperei pelo dia que não chega. Cheguei ao ponto de acreditar que tudo era saudade e que a saudade nasce do amor e que o amor nasce das pétalas de uma rosa que floresce no meu jardim. Aquele jardim que rego dia após dia, dias a fio. Um jardim feito de mágoas que transformei em flores que perdem as pétalas, pétala a pétala, dias a fio, pela saudade fora.
A falta que me fazes. O que não sou sem-ti (já não sinto).
...o momento da história que não acontece. Pões a culpa no motivo que a razão desconhece. Paras a meio o filme que ainda nem começou. Fazes de mim a amante que o teu coração nunca amou.
E ainda assim procuro na alma vazia, Cheia de uma noite que não deixa nascer o dia, O princípio da história em que não entraste. E onde sem nunca teres estado, lá ficaste.
...e vais por
verdejantes campos. Frio. Atravessas a seara sob o sol desta tarde primaveril.
Frio. Chegas perto da cascata, ouves com atenção os cantares dos grilos… e que
bela sinfonia para os teus ouvidos! Frio. Desces pelas rochas, cauteloso. Frio.
Encontras um abrigo e descansas um pouco. Frio. Segues o caminho que te leva
pelo bosque. Frio. Colhes um fruto de uma árvore selvagem e desfrutas o seu
sabor. Frio. Sobes à montanha e sentes o vento na cara. Morno. Percorres o
jardim floral até ao cume e sentaste. Morno. Ouves, no silêncio, as batidas do
teu coração. Quente. Percorreste um longo caminho e encontraste-me sem precisar
de olhar em teu redor.
...para te dizer o quanto gosto de ti, todos os gestos são poucos para te mostrar o que vai dentro de mim. Todos os meus passos não são nada se não forem dados junto dos teus. Todos os dias são poucos para de abraçar.
...dizer-te. Nos momentos em que precisamos um do outro mais do que nunca. Para partilhar o que nos faz felizes e suportar o que dói na alma. Quero estar contigo todos dos dias da nossa vida!
Quero estar contigo todos os dias da nossa vida! Para partilhar o que nos faz felizes e suportar o que dói na alma, nos momentos em que precisamos um do outro mais do que nunca. E só me resta dizer-te: Sim, meu amor!