...vagueando pelas ruelas, sozinho. Vigiava a noite e tomava conta das estrelas. Zelava pelo silêncio aparente. E voltava, de manhã, para o seu posto de duende-de-jardim. Eram assim todas as noites. Eram assim todos os dias.
E lá andava vagueando pelas ruas, sozinha. Contemplava o dia e cuidava das flores. Pintava o mundo com as cores da manhã e da tarde. E regressava, ao pôr-do-sol, para o seu lugar de candeeiro de jardim. Eram assim todos os dias. Eram assim todas as noites.
Duas vidas descruzadas no tempo, dois destinos opostos, percursos em nada iguais. Por muito perfeito que poderia parecer imaginá-los a partilharem as suas histórias de vida, não aconteceu. Não se cruzaram os olhares, não se trocaram as palavras, não se deram as mãos... Cada um seguia o seu caminho, e cada um haveria de encontrar em tempo certo, e com o mesmo destino, aquele com quem percorreria o caminho.
MariaPapoyla