...que tudo me levaste,
Quando aquela caravela
Se lançou em teu caminho
E te ergueste sobre ela
Levando-a para o teu abismo.
Quanto do teu sal derramaste
Para aquela embarcação,
E quanta mágoa em meu coração!
Ó mar! que tudo me tiraste,
Os sonhos, a esperança...
Tudo levaste para as tuas profundezas
Que jamais o dia alcança.
Desde que levaste o meu amado
O meu coração está inundado
De medos e tristezas
Tão profundas como tu, ó mar!
Ó mar! que me roubaste
A vontade de viver,
O calor de amar.
Perduro com este desalento,
Terrível é meu tormento...
Perduro com o desprazer
Que abala todo o meu ser
Por não o poder mais ver,
O meu amado que roubaste.
Ó mar! que só me deixaste,
Do passado, a saudade,
E a incerteza do futuro...
Dentro das minhas forças me seguro em pé
E assim duro...
Ainda me resta a fé!
MariaPapoyla