Anoiteceu. Deambulava pelas ruas, o Mimo, como de cada vez que anoitece. Deambulava ruas a fio, até adormecer num banco de jardim. Nessa noite, quando olhava o céu, ouviu um choro abafado pelas rosas. Ali mesmo, no meio dos espinhos, estava uma boneca, sentada no chão, e chorava. Lamentava a escuridão. Não a da noite. A do amor que deixou de existir. A da solidão. A que não a deixava ver o caminho. O Mimo, tão delicadamente, como se pudesse dizer-lhe as palavras mais bonitas que alguma vez existiram, pegou-a ao colo e abraçou-a. Limpou-lhe as lágrimas e espalhou-as no céu.
MariaPapoyla